A Síndrome Metabólica (SM) corresponde a um conjunto de fatores de risco metabólico que se manifestam em um indivíduo e aumentam as chances de desenvolver doenças cardiovasculares, derrames e diabetes.

A SM tem como base à resistência à ação da insulina, hormônio responsável por inúmeras ações no organismo, dentre elas, por retirar a glicose do sangue e levá-la às células do organismo e por participar no metabolismo das gorduras. Deste modo, a resistência insulínica, corresponde a uma dificuldade desse hormônio em exercer suas ações, obrigando o pâncreas a produzir mais insulina e elevando o seu nível no sangue.

Os fatores que contribuem para o aparecimento da SM são o aumento de peso, principalmente na região abdominal, sedentarismo, histórico de diabetes na família, níveis elevados de gordura no sangue e pressão alta. A SM, quando presente, está relacionada a uma mortalidade aproximadamente duas vezes maior que na população normal e mortalidade cardiovascular três vezes maior.

Segundo o International Diabetes Federation (IDF), a SM ocorre quando existe, obrigatoriamente, a presença de aumento da circunferência abdominal definida como:

• Obesidade central: circunferência da cintura superior a 80 cm na mulher e 94 cm no homem.

Além da obesidade central, devem haver mais dois dos seguintes critérios:

• Hipertensão Arterial: pressão arterial sistólica maior que 130 e/ou pressão arterial diastólica maior que 85 mmHg;
• Glicemia maior ou igual a 100 mg/dL ou diagnóstico de Diabetes tipo II;
• Triglicerídeos maior ou igual a 150 mg/dL;
• HDL colesterol menor que 40 mg/dL em homens e menor que 50 mg/dL em mulheres.

Atentos à importância da SM, do ponto de vista epidemiológico, devido ao aumento da mortalidade cardiovascular, o Centro de Endocrinologia e Diabetes de Joinville – Endoville, desenvolveu um programa de Avaliação de Risco Cardiometabólico. Neste programa são realizados os seguintes procedimentos:

• Medida da circunferência abdominal;
• Aferição da pressão arterial;
• Dosagem de glicose (açúcar no sangue);
• Dosagem de triglicerídeos (gordura no sangue);
• Dosagem de colesterol HDL (bom) e LDL (ruim).

Após a medida, aferição e dosagens, é entregue um laudo para o paciente contendo os resultados dos parâmetros avaliados e informações interpretativas para a presença ou não da SM.

Na atualidade vive-se num meio em que o estilo de vida privilegia o sedentarismo e a alimentação industrializada, favorecendo ainda mais o aumento dos fatores de risco para o desenvolvimento da SM. Assim, o programa de Avaliação de Risco Cardiometabólico torna-se importante, pois, caso o resultado seja positivo, o paciente terá tempo de mudar seu estilo de vida, evitando o desenvolvimento de diversas complicações. Perder peso e praticar alguma atividade física são as melhores formas de prevenir e tratar a SM, no entanto em alguns casos o uso de medicação se faz necessário.


Referências: Lupatini Filho JO, SILVA JC, Pomatti DM, Bettinelli LA. Síndrome Metabólica e Estilo de Vida. Rev Gaúcha Enferm, Porto Alegre (RS) 2008 mar; 29(1):113-20. Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia [Internet]. A Síndrome Metabólica. Disponível em: https://www.endocrino.org.br/a-sindrome-metabolica. Acesso em 10/02/15. International Diabetes Federation [Internet]. The IDF consensus worldwide definition of the metabolicsyndrome,2006.Disponívelem:https://www.idf.org/webdata/docs/MetS_def_update2006.pdf